O Sítio Aquele velho projeto de fazer um fãzine com os amigos... |
quarta-feira, setembro 21, 2005 Minha trilha sonora com as pessoas Com Alexandre: Bridge Over Troubled Water, de Simon e Garfunkel. Com Fábio: Out of Time, do REM. Com Fernando: The Downward Spiral, do Nine Inch Nails e August and Everything After, do Counting Crows. Com Fred: Mezcal Head, do Swervedriver. Com Haymone: Echoes, do Rapture. Com dona Ilka: trilha sonora de Blade Runner, de Vangelis. Com tia Ilse: The Latin Album, de Trini Lopez. Com tio Jorge: Beatles. Com Júlia: Legal, de Gal Costa. Com Mariano: Fashion Nugget, do Cake. Com Palula: Pump Up the Jam, do Technotronic. Com Ricardo: trilha sonora do Talentoso Ripley, de vários artistas. Com Rodolfo: Sparkle and Fade, do Everclear. Com tia Sandra: Discography, do Pet Shop Boys. Com Saulo: Falso Brilhante, de Elis Regina. Com Simone: Funeral, do Arcade Fire. Com Tita: Sonhos e Memórias 1941 - 1972, de Erasmo Carlos. escrito por Chico Lacerda | 15:36 | segunda-feira, setembro 19, 2005 Comendo seu Rosca escrito por Chico Lacerda | 09:37 | Gente bonita em clima de paquera escrito por Chico Lacerda | 09:26 | domingo, setembro 18, 2005 Mosaico Calhetas escrito por Chico Lacerda | 15:24 | sábado, setembro 17, 2005 A Menina Santa - Lucrecia Martel Considerações: 1) Os detalhes: poucas vezes vi planos tão ricos em detalhes. Logo no começo, com a professora cantando, a atenção da câmera está tão igualmente dividida entre todas as alunas - cada qual imersa na cena de seu modo único – que a impressão é de que são todas protagonistas do filme. O mais interessante é que muitas vezes a trama principal do filme não está ocorrendo no centro do plano, mas em algum detalhe marginal a ele e, muitas vezes, fora do plano. Para isso, Martel faz uso de posicionamentos de câmera muito pouco triviais, causando estranhamento, grande interesse estético (as composições são invariavelmente belíssimas; vide Amália deitada no trampolim da piscina conversando com a mãe enquanto Dr. Jano está fora de foco, dentro da piscina, ao fundo; ou Helena provando uma roupa, cada parte de seu corpo sendo mostrado em um momento e ângulo diferente, enquanto os médicos chegam no hospital; ou a história de terror sendo contada dentro do ônibus, partes do rosto de cada menina dividindo a tela), além de mostrarem/passarem tudo que se objetiva da forma mais elegante e concisa possível. E, longe do maneirismo vazio, tudo isso só faz o ambiente pulsar ainda mais de vida, enquanto a trama principal se desenrola invariavelmente atrelada a essa vida. Acho até que nesse ponto reside a maior diferença desse filme pro anterior: esse tem uma trama central, embora sem perder de vista todo o entorno da qual essa trama faz parte, enquanto que n’O Pântano TUDO era trama central, o que eqüivale a dizer que não havia trama central ou hierarquia, mas tudo era igualmente interessante. 2) O som: da mesma forma que os detalhes visuais, o som está sempre se infiltrando na trama principal de maneira aparentemente incontrolável, mas muito bem planejada: seja o theremin que interrompe a aula e dispersa as alunas (para mais tarde falar exatamente dessas alunas), seja o ônibus que de repente passa por uma ponte (sublinhando o ápice da história de malassombro que aconteceu nessa mesma ponte), seja o barulho dos caminhões se aproximando enquanto as meninas correm alegremente pela pista (embate entre a leveza e tensão genial, com um par muito parecido na cena do banho de rio entre facões d’O Pântano), ou ainda no barulho recorrente do vaporizador da nova empregada do hotel, invadindo e quebrando a trama central de tempos em tempos. Me lembrou muito o uso do som de forma intrusiva e discretamente tensa de Shyamalan. 3) O tesão: não consigo lembrar de um filme tão imerso em desejo sexual puramente animal, instintivo. É uma força subterrânea plenamente palpável controlando toda a ação do filme e que consegue chegar ao espectador (a este que escreve, pelo menos) praticamente intacta. Menção especial para as duas cenas do Dr. Jano e Helena no quarto dela, com a tensão sexual se prolongando até o insuportável, sem qualquer válvula de escape (nem mesmo o beijo mais pro final, que é sufocado pela tensão da vontade de confissão). Tudo passando pelo theremin, que uiva o filme todo ante a aproximação dos corpos ao seu redor. 4) O impacto: comparo o impacto dos filmes de Martel ao que senti no primeiro contato com Truffaut (Beijos Roubados e em seguida o restante dos Doinels). Embora as técnicas de representação não pudessem ser mais diversas – o naturalismo quase liga-a-câmera-e-deixa-a-vida-rolar deste contra o hiper-realismo quase rococó daquela, com controle rígido sobre tudo que é mostrado – o resultado é bem o mesmo: vida em estado bruto na tela, causando uma reação de deslumbramento igualmente parecida. Consigo até ver um ponto de equilíbrio entre estes dois estilos extremos no cinema dos Dardennes. 5) DO CARALHO! escrito por Chico Lacerda | 04:30 | sexta-feira, setembro 16, 2005 Tracklist Do caminho casa->trabalho, trabalho->casa, hoje: Moraes Moreira – As Quatro Curtições do Ano Banda Reflexus – Canto ao Senegal Alceu Valença – Cordão do Rio Preto Carne de Segunda – Pepeu Baixou em Mim Gilberto Gil – Ilê Ayê Luiz Caldas – Fricote Moraes Moreira – Pombo Correio Caetano Veloso – Chuva, Suor e Cerveja Novos Baianos – Brasil Pandeiro Chico Buarque – Vai Passar Gal Costa – Balancê Sarajane – A Roda Amelinha – Frevo Mulher Gal Costa – Atrás do Trio Elétrico Banda Reflexus – Madagascar Olodum Moraes Moreira – Revoada Chico Buarque – Apesar de Você Moreno+2 – Deusa do Amor Caetano Veloso – Chame Gente Carne de Segunda – Bloco Neguinho Moraes Moreira - Bloco do Prazer escrito por Chico Lacerda | 20:14 | terça-feira, setembro 13, 2005 Um fim de semana (também) de filmes Para Sempre Lilya, de Lukas Moodysson O cara, desde a estréia em Amigas de Colégio, mostrou que sabe filmar sem firulas e com muita sinceridade a juventude ou, ao menos, a juventude do meio/leste europeu. Pois nesse aqui ele começa no mesmo caminho, mostrando na primeira metade do filme uma amizade belíssima entre a Lylia do título e um amigo de bairro, ambos marginalizados por seu entorno por razões diferentes. Já na segunda metade, o cara entra numa de Cristiane F., jogando a coitada num turbilhão de mazelas e fechando todas as saídas possíveis de forma sádica e manipuladora. Deixou ela meio abestalhada também, diferente da Lylia do começo do filme. Pois saiu a sinceridade e entrou uma mão pesada da porra pra levar a menina pra o final que ele queria. Tem umas coisas boas ainda, as cenas dos anjos, as várias cenas de sexo vistas em primeira pessoa, mas fiquei me sentindo enganado. Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington Fiquei muito feliz com o filme. Domínio de narrativa da porra, atenção aos detalhes, a história se formando dos pedacinhos, o clímax chegando de mansinho e surpreendendo pela concisão, a imagem final se demorando na tela. O conflito entre os personagens é bem complexo e muito bem desenvolvido, só nas imagens, quase sem diálogos funcionais. E, o mais surpreendente, os atores defendem os personagens magistralmente, inclusive Sassá Mutema! Eu esperava bem menos do diretor de Gêmeas. Agora tô querendo muito ver o Viva São João. Por um Punhado de Dólares, de Sergio Leone Do caralho, do caralho! A tensão que o cara consegue extrair só do close na troca de olhares entre os personagens é um negócio absurdo. Sai destrinchando e desfiando os conflitos calmamente, pulando de clímax e clímax com uma elegância foda. Queria entender mais da teoria do cinema pra sacar as escolhas dele de posicionamento de câmera, como é que ele consegue bolar aqueles planos pra atingir à perfeição os intentos. Rififi, de Jules Dassin A trama é clássica: um quarteto com especialidades diversas se junta para bolar um plano mirabolante de assalto a uma joalharia. Daí a fazer um dos melhores filmes de assalto, quiçá um dos melhores film noirs que eu já vi, é um caminho danado. E eu acho que o doido chega bem perto de fazer isso mesmo. É quarenta minutos pra delinear os personagens de moral bastante duvidosa com extrema empatia; meia hora de silêncio, sem música, sem diálogos, só o assalto minuciosamente executado, decupado, montado, distensões de tempo e tensão absurdas; e mais quarenta minutos pra investigar com precisão as conseqüências da coisa toda na vida de cada um dos envolvidos. Épico! A fotografia é bem sóbria, realista, não tem o que eu falar. Mas tem. O negócio é que eu babo quando os caras distorcem os limites do noir até tudo ficar surreal (vide A Marca da Maldade, de Wells ou A Morte Passou por Perto, de Kubrick; ou a releitura O Homem que Não Estava Lá, dos Coen). Ok, não sei se um fotografia surrealista iria bem com o resto. Mas fico imaginando... Quem me conhece sabe o impacto que O Pagamento Final, de De Palma, visto no cinema em 93, teve sobre mim (né não, Bandeira?). Pois eu via esse filme e só lembrava do outro. De alguma forma que eu não consigo perceber – deve ser algo mais subterrâneo – os dois estão muito ligados. Clássico, enfim. escrito por Chico Lacerda | 22:46 | segunda-feira, setembro 12, 2005 Domingo em Calhetas escrito por Chico Lacerda | 08:43 | |
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