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O Sítio Aquele velho projeto de fazer um fãzine com os amigos... |
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![]() domingo, novembro 28, 2004 My Aquarium One, two, three... Pram, pram, pram, etc... Here i sway on my swing... Make my life a simple thing... Eu ouvi essa música várias vezes hoje. É My Aquarium, do Drop Nineteens. E é uma das coisas mais lindas do mundo. Eu tinha esse roteiro prum curta-metragem, e hoje, finalmente, consegui filmar. A maior parte, pelo menos. Com meus primos. Com estresse. O resultado foi do caralho. Aí fui pra casa de Júlia. No carro, ouvi essa música. Baixem no E-mule, ou no Soulseek. My Aquarium, do Drop Nineteens. É a música da vida da pessoa, tá ligado? A gente conversou muito, muito tipo duas horas, três horas. Muito. Sobre coisas, tá ligado? Coisas importantes, muito importantes. Essas coisas que você conversa com as pessoas que você ama, com a pessoa que você ama. Aí depois a gente foi pra festa de Lilo. Tinha essa outra menina que tava fazendo aniversário, Aline. Mas era de Lilo a festa, tá ligado? Pra mim, pelo menos. E foi muito divertido. Eu dancei muito. E bebi mais, porque na casa de Júlia eu já tinha bebido. Um bocado até. Essas conversas sérias pedem bebida, tá ligado? Eu encontrei muita gente do coração. Abracei e beijei muita gente do coração. Foram umas duas horas abraçando e beijando gente do coração, num foi? E dançando, que num tinha tanta gente do coração assim. A maioria tava, mas num tava Fábio, Fernando, Fred, esse pessoal que começa com f e que é do coração também e mais antigo ainda, do coração há um tempo da porra. Aí eu beijei todo esse povo do coração. Falando assim, parece que é muita gente, mas se for contar mesmo, nos dedos, devem ser uns quatro ou cinco do coração mesmo, fora os antigos que não tavam lá. E eu beijei e abracei esse povo, e dancei um bocado no resto do tempo, porque não tinha mais gente do coração pra beijar e abraçar. Até que esgotou a cota de dança e eu disse que ia embora. Porque tinha acabado a cota de diversão, porque se não dá mais pra beijar e abraçar o povo do coração (beijar e abraçar repetidamente é queima, tá ligado? Fica parecendo que o cara tá bêbado... e o cara tava mesmo bêbado, mas quando fica parecendo é queima, tá ligado?), e se acabou a cota de dança, aí acabou, tá ligado? E eu fui embora, sozinho, e escutando When you staaaaaaaart i think it’s better the second time around. É a mesma música, My Aquarium, do Drop Nineteens. Baixem, vocês vão gostar, tenho certeza. É a música da vida da pessoa, tá ligado? Escutando no repeat, enquanto voltava pra casa. E feliz, por ter essas pessoas do coração. E pensando em escrever essas coisas, mas pensando pô, que coisa de bêbado, escrever assim direto e tal. E pensando, foda-se, tem coisa mais sincera que essa? E pensando, pô, mas se o cara sabe que é sincera, já não é tão sincera assim porque o cara sabe que tá escrevendo porque é sincera e a sinceridade se perde nesse processo e tal. E pensando novamente foda-se, coloca umas fotos aí e normal. E pensando, pô, não esquece de mandar um abraço e um beijo pra Haymone. Talvez encontrar Haymone não tenha sido melhor que a conversa de antes, a convesa sobre coisas sérias e tal, mas, depois disso, foi a melhor coisa. Encontrar e bater um papo e matar as saudades, na medida do possível. E lembrar de mandar um beijo pra Haymone. Haymone, um beijo. E, depois, pra todo mundo do coração. E colocar umas fotos. ![]() escrito por Chico Lacerda | 03:25 | segunda-feira, novembro 22, 2004 Lugares Comuns – Adolfo Aristarain Mini-mostra de cinema argentino recente no Multiplex Recife: quatro dias, um filme cada dia em uma única sessão, às 20h30. Hoje passou Lugares Comuns. ![]() Crítica no. 1: e com isso eu pensei, pô, que sacada da porra! Mas aí o marido sobe a montanha e o filme dá uma guinada pro mais vergonhoso melodrama, igual a trocentos outros. Caralho, pensei, como é que o cara perdeu a chance de desenvolver aquilo? Por que porra ele tomou essa direção ridícula?!? Crítica no. 2: o filme é cheio de críticas ao estado atual da Argentina, mas todas soam forçadíssimas, deslocadas da história. Frases jogadas na boca dos personagens de tempos em tempos como que pra dizer: vejam, esse filme também faz crítica social! Crítica no. 3: de cinema, o filme não tem nada. Texto legal na maioria das vezes, ruim quanto tenta fazer graça ou crítica social (ver crítica no. 2). Se desse pau na sala e todos apenas ouvissem o filme, nada seria perdido. escrito por Chico Lacerda | 23:24 | sábado, novembro 20, 2004 Microfonia – 1a Noite da Semifinal ![]() A segunda etapa é essa apresentação ao vivo, na Borracharia, um bar/boate lá de casa forte que imita uma borracharia. As bandas foram divididas em dois grupos e seis delas de apresentaram ontem, enquanto as seis restantes se apresentarão hoje. Os jurados são formados por entidades musicais e culturais daqui do Recife, a saber: Tarta, Cavani, Roger de Renor, Zé Telles, Paulo André, o vocalista do Mombojó, William de Léo e William e outros que eu não estou lembrando agora. Pela seleção dessas doze pra semifinal, percebe-se uma variedade enorme de estilos, o que tornou essa primeira noite da semifinal bem legal. O início das apresentações estava marcado prás 21h e começou às 22h, um atraso bem pequeno pra eventos do mesmo tipo. Começou com a banda Comuna Experimental, que tocou, como previa o regulamento, duas músicas próprias e um cover. É uma banda interessante na teoria, mas que precisa ainda de uns apertos na prática. Faz um som mezzo free jazz mezzo pop à lá Mombojó, mas eu senti falta de canções mais coesas, com melodias mais fortes, mesmo dentro da estrutura free jazz. Num padrão que se repetiria algumas vezes na noite, a melhor música foi o cover, uma de Dave Brubeck, conforme me informou Jarmeson, que parecia muito com coisas de Vince Guaraldi, o cara das músicas do Snoopy. Linda e muito bem tocada. A segunda banda foi a Retrôvisores, uma das melhores da noite. Definindo-se como rock do capeta, tocou duas músicas próprias muito boas. Uma tinha um quê de White Stripes: guitarra dura, quase amelódica e bateria porrada; o vocal e o teclado, igualmente bons, é que davam dramaticidade ao todo e extrapolavam a influência. Já a outra tinha influências bem mais oitentistas, com arrebatamentos de vocal. Ambas muito boas. O cover, apesar do clichê, foi bem escolhido: Love Will Tear Us Apart. Um ponto positivo da interpretação foi o vocal, que ignorou o grave de Ian Curtis, levando muito bem a música num tom acima. Por outro lado, ficou uma impressão de que a música estava lenta demais, não empolgando como a original e muito menos com o potencial que uma versão ao vivo teria. Acho que faltou pegada. Ah, tiveram problemas com o caixa da guitarra, que queimou no meio do cover, mas contornaram numa boa o problema e a troca foi bem rápida. Um viva! pra produção. Em terceiro, veio a Scream, uma banda de metal dumal com músicas potencialmente empolgantes. O problema é que o som estava todo muito misturando, não sei se por falha da engenharia de som ou dos caras da banda mesmo ou ainda das músicas. Provavelmente a última opção, porque o cover, Territory, do Sepultura, foi o pipôco de jáh. Instigou muuuito. Em quarto foi o Mellotrons, a melhor da noite. Tocaram Evening e You and I com a empolgação e maestria de sempre e, melhor ainda, com qualidade de som da porra. Mesmo com boa parte da platéia, eu incluso, já tendo ido a trocentos shows deles, a empolgação foi geral, com direito a “mais um!s” e “já ganhou!s” no final. O cover foi também o melhor da noite: Love Song do Cure, numa versão guitarrenta e mantendo o toque singelo e melancólico da original. Emocionante. Vale notar também a decoração dos microfones com luzes de natal, que eu aperreei Haymone pra repetir aqui (originalmente do show de Natal). Ficou massa. Obs.: babação do caralho... A quinta banda da noite foi a Backing Ball Cats Barbis Vocals, quatro mulheres nos vocais mais banda de apoio. Musicalmente irregular, tocou um negócio meio regional mais outro punkão tipo Textículos de Mary. E, de resto, totalmente Textículos: desbocadas, teatrais, vestidas com plumas e paetês e cantando/gritando. No geral meio sem graça, teve como único ponto alto o cover de Betty Frígida, da Blitz. Mas mais por méritos da música mesmo. Foi a mais fraca da noite. Pra terminar, Johnny Hooker. Outra banda de apoio legal, agora pra uma entidade glam, de blusa colante prateada, calça delicada preta, batom, maquiagem, cabelos loiros longos escorridos pelo rosto e conclamações pela revolução, inocência das crianças e futuro nas nossas mãos. Musicalmente, tinha mais a ver com a farofa metal oitentista com mais velocidade, puxando assim também pro punk. Mas as músicas, da mesma forma que as da primeira banda, estavam pedindo mais coesão, algo mais marcante. Hoje mesmo, eu tenho apenas uma leve impressão das músicas, não mais que isso. O cover foi Anarchy in the UK, do Sex Pistols, clichê mas que empolgou um bocado. Foi tudo bastante surreal. Hoje tem as outras seis bandas, das quais só conheço a Volver. Das doze na semifinal, serão escolhidas quatro pelos jurados para a final, que será próxima sexta-feira no Ancoradouro, com shows ao vivo delas e mais Mombojó e Los Hermanos. escrito por Chico Lacerda | 14:25 | |
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